Caique Magalhães

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Cientistas alertam para "epidemia silenciosa" de perturbações neurológicas

Dois dos maiores especialistas mundiais na ligação entre o ambiente e a saúde alertam, esta sexta-feira, que os químicos industriais a que as crianças estão sujeitas diariamente podem estar a provocar uma "epidemia silenciosa" de perturbações do desenvolvimento.
O alerta surge na revista científica The Lancet Neurology e os autores apelam aos países que mudem os seus procedimentos de avaliação dos riscos dos químicos para proteger as crianças destas toxinas.
Em causa estão químicos como o mercúrio, o chumbo e certos solventes e pesticidas, que estão presentes em objetos tão comuns como a roupa, o mobiliário ou os brinquedos.
Segundo o artigo agora publicado, o número de químicos que reconhecidamente provocam perturbações do desenvolvimento neurológico duplicou nos últimos sete anos, de seis para doze, enquanto a lista de químicos que se sabe prejudicarem o cérebro humano mas que não estão regulamentados para proteger a saúde das crianças também aumentou, de 202 para 214.
"As atuais regulamentações dos químicos são largamente inadequadas para proteger as crianças, cujos cérebros em desenvolvimento são particularmente vulneráveis aos químicos tóxicos no ambiente", diz Philippe Grandjean, da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston.
"Enquanto não existir um requisito legal para que os fabricantes provem que todos os químicos industriais existentes e todos os novos químicos são não tóxicos antes de entrarem no mercado, na linha da lei da União Europeia [para o registo, avaliação, autorização e restrição] dos químicos, REACH, enfrentamos uma pandemia de toxicidade para o desenvolvimento neurológico".

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